quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

EDVALDO ROSA NA II ANTOLOGIA POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS

Desde muito cedo, pelas HQs, envolvi-me pela leitura, e fui ter com livros, que no princípio mostraram-se tão desafiadores à minha sede de saber, quanto, ainda hoje, encantadores. Na lista, de “meus” livros lidos e relidos, alguns tem mais destaque... pois existem livros que se tornam fundamentais, por serem elementos desencadeadores de transformação. E cada leitor naturalmente elegerá diferentes livros como preferenciais. Creio que ler é fazer uma colheita em campos inimagináveis, é um encontro, por vezes intimo, conosco mesmo, através da ótica de outros... É um descortinar de mundo, sob o prisma de um olhar vindo de olhos que não os nossos. Mas se a ignorância é a pior das prisões em que se pode encarcerar o ser humano, e sob a qual se pretenda subjugar almas, fica clara a importância dos livros... Livros são pontes, precisam ser pontes, a ligarem por vezes pontos extremos! E eu prefiro os livros impressos, por permitirem que seus leitores caminhem neles e com eles, cientes de cada passo, e imaginando os vindouros. Tempos depois, vim a escrever as minhas linhas, e esta experiência colocou-me frente a frente com o destino, o meu que se completava no ato de escrever, no de meus leitores que a partir da leitura sentiram-se tocar pela poética presente em minhas linhas... E neste momento, já não tão minhas! Assim, ao exercer o meu ofício, vou em busca de conhecimentos que embassem as minhas opiniões... Aquele menino confuso, que eu fora, tinha asas... E através da leitura aprendeu a reconhecer o que lhe prendia, e aprendeu a voar, depois de tomar posse do conhecimento que o libertaria! Esta nova liberdade foi focada em ser “liberto de”, de meus medos, de minhas angustias, de minhas inaptidões, e foi direcionada em “liberdade para”; para viver em sociedade, para amar, para respeitar o próximo, para me amar... Ler e tentar entender o que foi lido, transcender a leitura, pela reelaboração, sem se deixar aprisionar é a chave da “liberdade para”. Assim, esta busca por educação acaba por se constituir na chave para a liberdade... E nos tempos que correm, as pessoas estão aprisionadas, em suas rotinas diárias, em afazeres monótonos, repetitivos, em receitas prontas, praticamente de tudo o que se possa desejar ou necessitar, que se esquecem de si mesmas, e não enxergam o outro, que vive ao seu lado, que dorme consigo na mesma cama. As manias e as modas, são ditadas, em muito, pela mídia, e largamente popularizadas, pulverizadas na sociedade, impregnado-se na população. O trabalho, a muito se distanciou do labor, que são as tarefas inerentes a vida em si mesma, relegou a obra, que é a atividade que tem um fim em si mesma, na qual somos naturalmente dedicados, a segundo plano, privilegiando o trabalho como atividade remunerada, estabelecida a partir de uma relação econômica. Tudo enfim, visando um ganho muito mais econômico do que de outra natureza. Os homens aprisionaram seu espírito, seus sentimentos atrás de “grades” tecnológicas, inserido em linhas infindáveis de produção das fabricas. Mas, o tempo trouxe-me outras formas de entender o mundo, e de ver e sentir as coisas... Nas minhas primeiras letras são encontradas muitas poesias, sem dúvida inspiradas pela leitura de Castro Alves, onde mesclam-se odes ao amor e à liberdade! Oferecer ao publico livros de poesias, é o desejo de poder despertar sensibilidades, para que aflorem a pele, libertas das amarras em que a técnica as quer atar... E, hoje, graças a esta vivência, sou um dos 50 participantes da “II Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos”. Antologia formada por “novos” autores, que ganha espaço na XVIII Bienal do Rio de Janeiro, organizada pelo baiano Elenilson Nascimento, que já publicou sete livros, inclusive o romance “Clandestinos” – selecionado pelo MEC no Programa Nacional Biblioteca da Escola – além de já ter participado de dezenas de antologias espalhadas pelo Brasil e exterior. Ele também é um atuante blogueiro na rede, além de colaborar para vários sites literários. Assim, em um só volume, o leitor tem a sua disposição “50 tons de Poesia”, brasileira, contemporânea, atualíssima, sutis, delicadas, instigantes. Neste volume são apresentadas 50 poetas e poetisas, 50 trabalhos, vindos de várias partes do pais; fruto de vivências, sensibilidades, de pessoas comprometidas com a cultura, com a educação, com a arte literária, são enfim 50 ótimas oportunidades para despertar sensibilidades, e para reflexão. É uma bela oportunidade para deixar-se envolver, sem medo de ser feliz, de deixar que as emoções guardadas em nosso íntimo venham dar o ar de sua graça. A “II Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos”, lançada em 30/08 na XVIII Bienal do Rio de Janeiro, pela Editora Clube de Autores, sob a coordenação de Elenilson Nascimento, agora está pronta para ganhar o mundo... Que seja bem vinda! Pois 50 poetas e poetisas soltam a voz de suas almas, de seus corações... São os 50 novos tons de voz, do que há de melhor na novíssima Poesia Clandestina de nosso País. E, Brasil, juntos, em uníssono, nós, os 50 vamos abalar os pilares da ignorância que graça a solta por aqui. (“II Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos”, Org. Elenilson Nascimento, poesias, 96 págs, Editora Clube de Autores – 2013) Imagens: divulgação Postado por Elenilson Nascimento às 15:04

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