SAFIRA SALDANHA IN:
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CICLOS...
Forças outonais despiram a carne,
A tez desnuda enfim exposta ,
Palavras por fim tornadas mudas!
O ser é solidão...
Novas estradas...
Estradas vazias...
Sem marcas de pegadas!
Tudo por se fazer...
Nova vida!
Novos sonhos...
Novos amores?
Novas alegrias?
Novas feridas!
Novas dores!
Até que as forças do outono se façam plenas!
Despindo a carne... A tez... Tudo!
Deixando-se ao rés do chão!
Ciclos de vida e morte/ganhos e perdas!
Até que nossas almas, calmas
Não mais necessitem de coisas tão efemeras...
E siga serena,
A sua indisivil /
invisivel,
peregrinação!
Edvaldo Rosa
15/05/2011
SOLIDÃO...
Então, um dia, o amor me acolheu em seus braços,
E eu me perdi em seu aconchego...
Não pensei que haveria um fim...
E ele veio, aos poucos, mas veio,
Um tanto ranzinza e um tanto feio,
Beijando-me a fronte,
Sugando-me as lágrimas desgarradas
De meus olhos tristes...
Colocando os próprios dedos magros
Rente aos meus lábios,
Para interromper o grito,
Que ele sabia ter nascido em minha alma,
E no peito, dentro de mim...
E eu que sonhei uma vida ao lado do amor,
Agora sozinho,
Vivo de apegos às memórias dos sentidos,
E cada vez mais perdido...
Sem esperanças de outros braços,
Desconfiado de outros aconchegos,
Já não sei mais o que é ser feliz!
Edvaldo Rosa
01/04/2011
MEU CORAÇÃO É TEU...
Meu coração já não é só meu...
É teu!
Tão teu!
Só teu!
Só não foge de meu peito,
Só não se aninha em ti,
Por não haver um jeito...
Por morrer fora de meu peito...
Por que não nasceu assim!
Meu coração se desmancha em mágoas,
Quase se afoga nas próprias lágrimas,
Por não morar dentro de ti!
Só em ti!
Meu coração é teu...
E passas pela vida assim, assim,
Quase sem notar-me!
Quase sem ver-me os olhos grudados em ti...
A boca desejando a tua...
Todo o meu ser querendo-te com loucura!
E frenesi!
Já não é só meu o meu coração...
Mas, pouco me adianta viver, quase morrer assim...
Edvaldo Rosa
21/11/2010
MENINA TRISTE...DUETO EDVALDO ROSA / EUDÁLIA ALVES
Menina sentada à beira da estrada / Na espera de um não sabe o que
Tristeza presente em seu semblante / Olhos que se afundam em água!
Menina cabeça baixa / Olha sem olhar...
Em seu rosto cai lagrimas/ Gota a gota, sem findar!
De tristeza e desalento / Um aperto aperta o peito a arfar...
Em suas pequenas mãos / Pequenos dedos, tateando o ar!
Somente uma boneca suja de lama / Vestida de saudades, do tempo de menina...
Menina sentada / À beira da estrada, ocaso de seu sonho...
Menina chora. / Só agora... Sentindo frio... Foi-se embora o seu primeiro amor!
Eudália Alves / Edvaldo Rosa
15/01/2010
Quase em silêncio...
Hoje quase em silêncio, vou tateando o meu coração...
Como um cego, vou apenas pelos sentidos,
Como um perdido, vou sem direção!
Como amante, vou com os sentimentos confusos...
Hoje quase em silêncio vou seguindo!
Não existe silêncio em mim agora;
Minhas lágrimas gritam,
Minhas mágoas ecoam dentro de minha alma...
Não existem em mim, paz ou calma...
Hoje quase em silêncio, sou apenas solidão!
Edvaldo Rosa
25/02/2011
Eu amo você!
Tem horas que duas mãos não bastam...
Pois, nossos sonhos estão tão difíceis de agarrar!
E nossos dois braços não bastam para os desejos conter...
Estamos com os olhos gastos de chorar,
E a alma, e o coração cansados de sofrer!
Nessas horas, em que os minutos não passam,
E seus segundos se recusam a morrer,
É que eu penso mais em nós, e bem mais em você!
E em nossos momentos calmos,
E em nossos sorrisos largos,
E em nossos braços atados...
-Como se fossemos nos perder!
E choro!
E sofro!
E grito!
E com as lembranças, de ti, de nós, que evoco
Sorrio!
Sem dores, nem gritos...
Apenas ouvindo dos nossos murmúrios,
Ao pé de meus ouvidos úmidos:
-Eu amo você!
E o ecoar dos sentimentos mais profundos,
tocando a maciéis dos teus ouvidos:
-Eu amo você!
E silêncio as convulsões em meu peito,
Apaziguo as de minha alma...
E penso bem mais em nós, e só em você!
Edvaldo Rosa
30/04/2011
ENSINA TEU FILHO...
Ensina o que tens no coração, em tua alma,
Ensina que a vida pede decisão, sem medo,
Sem medo pede calma!
Ensina que a vida é um dom de Deus e é bela,
Que as tragédias são mais humanas, do que divinas...
Mostra que o bem, a quem lhe bate á porta,
É mais importante do que o mal que lhe infligem ás costas...
Ensina que o pão pode ser dividido!
Que a casa pode acolher mais de um individuo...
Que o amor não tem fronteiras!
Ensina teu filho a ver a vida com bons olhos,
Olhos abertos, despertos, decididos...
Ensina que a vida desta terra é cheia de armadilhas e perigos,
Mas nada que a fé não vença,
Pois só em Deus, nos Pais, a vida tem sentido,
E se vive bem, e bem mais!
Edvaldo Rosa
17/08/2011
E o mundo se convulsiona,
Suas entranhas estão à mostra...
A natureza enraivecida,
Redesenha a vida ao seu bel prazer...
E eu escrevendo poemas!
Qual a serventia do que escrevo aqui?
Assim, assim...
Preciso de alguém, alguém que me diga
Da utilidade de meus poemas...
Como da beleza da vida,
E do por que das coisas serem assim, assim...
Poemas inúteis?
Se existem dores mais pungentes,
Muito mais urgentes,
Do que as que vibram em mim...
Poemas inúteis?
Se existem aqueles que sofrem a sós...
Que se isolam dentro de si!
Quão bem fariam
Como companhia para mim...
Edvaldo Rosa
25/03/2011
A tua boca colada na minha,
A macies de teus lábios,
Amenizando a aspereza dos meus,
Mostra como nós nos completamos...
Sobre a terra, sob os céus,
Aos olhos dos homens,
Com a benção de Deus!
Duas almas que se aproximam,
Por meio de duas bocas que se consomem...
Sentimos, pelas nossas bocas que nos unem,
-Carinho, prazer, desejo!
És a mulher de meus sonhos a minha procura,
Sou aquele que te completa como mulher...
O teu homem!
Edvaldo Rosa
13/04/2011
Outra vez meus olhares te enlaçam,
Como se tivessem braços te abraçam,
Como se tivessem mãos te acariciam...
E sonham contigo, assim tão linda, tão minha,
Pronta para o amor sem pudores e sem medos...
Outra vez a tua beleza é luz que me ilumina,
Afastando para longe trevas antigas...
Antigos medos!
Outra vez eu sonho...
Mais uma vez eu deliro!
Enquanto me encaminho para perto de ti,
Cabelo lavado, em desalinho,
Pela macia exalando lavandas...
E quente...
Tão quente, que põe fogo
Em nosso ninho!
Edvaldo Rosa
08/04/2011
Tem horas que é quase impossivel esquecer!
Tem horas que o tempo esta paralizado,
num ontem, num outrora!
Tem horas que é preciso esquecer!
Mas somos traidos pela memória!
Somos atraidos para momentos vividos,
que só em nossas mentes retornam,
e nas lembranças de nossos corpos...
Que jazem, sós, no agora!
Tem horas...
Não agora!
Não aqui!
Que estais junto a mim...
Livres e soltos
das garras frias das horas
mortas!
Edvaldo Rosa
19/04/2011
Vinda de fotos nas paredes,
De coisas deixadas pelos cantos...
Vinda nos tons de palavras ternas e quentes,
Nas feições de gentes, que nos remetem ao passado!
Tem horas que a saudade pega pesado nas nossas memórias,
Remexendo nos sentimentos guardados sob pesadas correntes!
O que a vida fez com a gente?
Por que nos separamos, por estradas tão diferentes?
Para ficarmos assim, com um gosto amargo na boca...
E algumas lágrimas escorrendo de tristes olhos!
Não poderia ter sido tudo diferente?
E tudo sido como um dia fora sonhado?
Só sei que tem horas que a sombra da saudade,
Como que invade a vida da gente...
Tem horas... Como agora!
Eu estou aqui, você onde estará?
Se a vida não é feita só de luz...
Só de sombras será?
Edvaldo Rosa
04/04/2011
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